Ontem à noite as redes sociais estavam ao rubro com a manifestação dos polícias, eram vários os post's sobre o tema.
Havia quem apoiasse a manifestação e enumerasse os motivos dos polícias para se manifestarem. Mas, de entre muitos motivos enumerados o que causou mais polémica é o facto da polícia ter de pagar a farda.
Sim, para quem não sabe a farda de um polícia é toda paga por eles, desde casacos, bonés, botas, calças, etc. E concerteza que não terão só uma...
Houve logo quem se insurgisse dizendo "eu também pago a minha roupa para ir trabalhar todos os dias e não tenho ajudas de custo" ou "mas quem paga a minha roupa?".
A questão é que quem dizia isto paga a roupa, não paga a farda. Todos nós pagamos a nossa roupa, não estamos à espera que o estado a pague certo?? É que era o que mais faltava!
Agora, há que ter dois dedos de testa e saber distinguir, uma coisa é a nossa roupa, que usamos no dia-a-dia, no fim-de-semana, para uma festa e ainda temos a vantagem de poder usar essa roupa no trabalho.
Outra coisa, é ser obrigado a usar uma farda (que neste caso é muito cara) como é o caso dos polícas. A farda é para eles trabalharem, para fazerem serviço público, eles não estão a pedir para lhe pagarem a roupa para uma festa, ou para trazer no "dia-a-dia"... é a FARDA!
Ah e tal mas eles recebem ajudas de custo, diziam alguns. Pois, mas se calhar não é o suficiente para pagar uma farda de centenas de euros. E até porque, como já referi, não devem ter só uma...
Mas lá está, há quem goste de atacar só por atacar, porque se mexesse no bolso deles a música já tocava de outra maneira!
«O que vi, pela televisão, não foi uma manifestação — essa decorreu durante todo o dia, em várias cidades do país, de forma mais ou menos ordeira. O que se passou no Parlamento foi um atentado à democracia premeditado e executado por criminosos de cara tapada. Durante mais de uma hora, as imagens televisivas mostraram várias pessoas ajoelhadas na calçada tentando, calmamente, retirar todas as pedras que conseguiam arrancar, arremessando-as, depois, contra uma fila de polícias que se protegia atrás de escudos. As dezenas de criminosos fizeram tudo isto, repito, de forma premeditada, com o único intuito de originar violência, de ferir pessoas, e não de demonstrar qualquer posição política. A liderar esta facção estavam elementos dos chamados "Anonymous", um bando de delinquentes cobardes que usa umas máscaras, e que acha que é destruindo coisas e causando medo que se consegue qualquer coisa (na verdade, eu acho que eles só acham cool este show off e aparecerem na televisão). Sobre o ataque à polícia, volto a dizer que uma coisa é uma pessoa ser agredida e, na hora, agarrar a primeira coisa que tem à mão e atirá-la ao agressor, e outra, muito diferente, é estar ali durante quase duas horas a arrancar pedras da calçada para as poder atirar contra os polícias, que, durante todo esse tempo, estiveram numa posição unicamente defensiva.»
(...)
«Muita gente tem usado o argumento do "com manifestações pacíficas não se consegue nada, e isto é preciso". Acho este o argumento mais absurdo e inoportuno de sempre. A essas pessoas deixo duas perguntas:
1. E as manifestações em que se parte tudo, incendeiam carros, agridem pessoas, resolvem o quê? Que grandes conquistas políticas ou sociais é que se conseguiram dessa forma em Portugal? Venham os exemplos. Ajudem-me, que eu não me recordo.
2. As manifestações pacíficas não resolvem nada? A sério? E têm a coragem de dizer isto dois meses depois da maior manifestação de sempre em Portugal, em que participaram quase 800 mil pessoas, em que não houve um acto de violência, em que nas ruas estava o povo, e não a CGTP, os trabalhadores, os insatisfeitos, pais, mães, filhos, avós, todos. Lembram-se porquê? Foi há 2 meses! Foi por causa da TSU. E o que é que se conseguiu com essa manifestação pacífica e ordeira? Que a medida não avançasse. Sim, as manifestalções pacíficas resolvem coisas. Como é que se fez o 25 de Abril? Sem uma bala, com cravos. A não-violência é uma demonstração de força e inteligência. A violência é apenas o uso da força bruta. E contra os brutos age-se com brutalidade. Dia 15 de Setembro abraçaram-se os polícias e conseguiu vergar-se o governo. Hoje, apedrejaram-se os polícias e o que é que vamos conseguir? Nada. Os gregos andam há dois anos a vandalizar o seu país, a destruir carros e ruas, a ferir polícias, a paralisar o país e o que é que conseguiram com isso? Nada. Zero. Estão na merda, e ainda pior do que estavam. Não têm rumo nem ideias nem estabilidade nem paz nem segurança. É para aí que queremos caminhar? É essa a solução para alguma coisa?» Daqui.
Devemos fazer ouvir o nosso descontentamento seja em manifestações, ou a fazer greve, não precisamos é de usar a violência para isso. Não é assim que nos vamos fazer ouvir e perdemos a razão, tal como já referi no post anterior.
Existem motivos para se fazer greve e para se fazerem manifestações. São muitos os motivos para protesto, tendo em conta as medidas de austeridade.
Mas, o que se passou hoje frente à Assembleia da República foi vergonhoso!
Aquilo que se viu, foi um grupo de vândalos a atirar pedras ao corpo da intervenção da PSP, gente que só quis provocar distúrbios.
Esquecem-se, que muitos daqueles polícias que ali estão protegidos por um escudo, são pais de familia e que também sofrem com esta crise, também têm contas para pagar.
Por mais razões que possam ter para estar descontentes, não há justificação possível para apedrejar a polícia que está ali a cumprir a sua função. Porque a partir do momento em que se parte para a violência perde-se a razão!
Eu, tal como a maior parte das pessoas neste país, também sofro (e muito) com esta crise mas, mais uma vez digo: Aquilo que eu vi foi uma completa vergonha!
*E não metam todos os manifestantes que lá estiveram no mesmo saco que aquela gente.
Como é que o Governo espanhol se pode vangloriar da acção da polícia, quando houve um homem que ficou paraplégico (ver imagens), devido à carga policial??
No sábado o País assistiu a uma das maiores manifestações de sempre. Foi bonito ver todo País (com excepção para aqueles que nos vão ao bolso todos os dias) unido a lutar pelos seus direitos, a dizer que já chega de tantos roubos! Basta!
Estamos todos fartos de serem sempre os mesmos a pagar as facturas e aqueles que criaram as dívidas sempre a "comer" à custa do estado, porque a esses não toca a crise! Os nossos governantes esquecem-se que há pessoas que têm o dinheiro contado até ao final do mês e outras a quem o dinheiro ao dia 20 já é uma miragem, esquecem-se que existem pessoas a quem menos 30 ou 40 euros no ordenado vão fazer uma grande diferença... Porque há quem não consiga apertar mais o cinto.
Senhor Primeiro-Ministro, está na hora de começar a cortar na despesa do estado e dos seus "Boys", deixe-se de tantas nomeações para cargos públicos, corte nas inúmeras fundações que proliferam por Portugal, reduza a frota de carros do seu governo, deixe de arranjar "tachos" aos seus comparsas. Ficam aqui algumas dicas.
Dê o exemplo, aperte o cinto ao seu governo, não pode estar sempre pedir sacríficios ao povo!
Porque é que a polícia em caso de dúvida se a pessoa em questão era jornalista, não pediu a sua identificação e preferiu desatar a agredir?
Estaremos nós seguros quando aqueles que nos deveriam protejer estão a agredir-nos, assim sem quê nem para quê? (se calhar se fosse um ladrão deixavam-no roubar e fugir)
Estaremos a voltar à censura? Um jornalista já não pode fazer o seu trabalho em liberdade, com o direito e o dever de informar?
Será Portugal a nova Grécia em relação à violência nas manifestações?
Esta última citação é de quem quer arranjar uma desculpa plausível para os factos, mas na verdade não consegue...
É certo que qualquer manifestante se pode fazer passar por jornalista, mas o repórter em questão estava devidamente identificado e não creio que os manifestantes tenham carteira de jornalista para apresentar! Bastava pedir a identificação e não desatar à pancada!
Quanto a isto: "qualquer manifestante que acabou de arremessar uma chávena ou uma cadeira contra a PSP pode dizer que é jornalista", não me parece que os repórteres tivessem feito alguma destas acções, para desencadear as agressões que sofreram!